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Metanol usado na limpeza de garrafas de bebidas falsificadas pode explicar intoxicações, segundo polícia

Essa é a principal linha de investigação da Polícia Civil de São Paulo; autoridades não descartam, entretanto, que solvente pode ser usado na adulteração de bebidas originais, para aumentar o volume e os lucros

Metanol usado na limpeza de garrafas de bebidas falsificadas pode explicar intoxicações, segundo polícia

Fábrica clandestina de bebidas alcoólicas localizada no Jardim São Vicente, em Jundiaí (SP), foi fechada na tarde de ontem após denúncia: espaço usava selos falsificados para embalar as garrafas — Foto: Paula Brazão/TV Tem

 

A intoxicação por metanol que já fez onze vítimas no Brasil pode ter sido causada pelo uso da substância na higienização de garrafas de bebidas falsificadas. Até agora, essa é a principal linha de investigação da Polícia Civil de São Paulo.

Segundo a investigação, quadrilhas de falsificação de bebidas estariam usando o metanol para limpar e desinfectar as garrafas reutilizadas, e não somente para adulterar e aumentar o volume.

Garrafas originais de bebidas destiladas, como vodca, gin e uísque, seriam coletadas em bares e restaurantes e vendidas a fábricas clandestinas. De acordo com essa tese, coletores ou fabricantes usariam o metanol durante o processo de limpeza e desinfecção. Mal lavado, o recipiente contaminado receberia o produto falsificado e provocaria a intoxicação.

Policiais chegaram à conclusão ao refazerem o caminho das bebidas ingeridas pelas vítimas. Ao visitar bares onde ocorreram os primeiros casos de intoxicação, investigadores traçaram a logística reversa das garrafas, chegando às distribuidoras que abasteciam esses estabelecimentos e, mais tarde, às fábricas clandestinas.

Até agora, a Polícia de São Paulo não identificou responsáveis pelo possível esquema. Também não foi encontrada a origem do metanol, um produto importado.

A hipótese da contaminação no momento da limpeza, apesar de principal, não é a única cogitada pelas autoridades. A Polícia Civil também investiga, paralelamente, se o metanol está sendo usado na adulteração de bebidas originais, para aumentar o volume e os lucros.

Dados reunidos pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) mostram que, entre 2020 e 2024, a quantidade de fábricas clandestinas interditadas por autoridades no país saltou de 12 para 80 — na média, é como se um espaço de produção irregular fosse fechado a cada cinco dias.

Na quinta-feira, após mortes associadas à presença do solvente serem constatadas em São Paulo, Pernambuco e Distrito Federal, a Câmara dos Deputados acelerou a tramitação de um projeto de lei que torna crime hediondo a adulteração de bebidas alcoólicas ou alimentos.

 

 

Fonte: O GLOBO 100

Por 

Aline Ribeiro

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